sábado, 4 de julho de 2009

As Pessoas III

"Festejai o Senhor com címbalos ressonantes." (Vulgata)

O Autor fala da Sinagoga onde os Judeus reuniam-se para a sua vida religiosa, e onde qualquer um podia profetizar, e Jesus o fez! mas também fala sobre a grande festa da Páscoa, que todos os anos comemorava-se em Jerusalém, onde os peregrinos vindos de todos os lados do mundo, celebravam a libertação da escravidão que os seus antepassados sofreram no Egipto!

Boa Leitura!

A Sinagoga era o local, o templo o centro nacional da vida religiosa e social; Reuniam-se no Sábado semanalmente (e também na Segunda-Feira e Quinta-Feira), mais tarde na Páscoa e noutros festivais anuais. Cada cidade tinha uma Sinagoga, grandes Cidades costumavam ter muitas, especialmente Alexandria e Jerusalém.194 O Culto era muito simples, consistia em oração, canto, a leitura de vários pontos da Lei e dos Profetas em Hebreu, seguindo-se um comentário e Homilia em Aramaico. Havia uma certa liberdade democrática de profetizar, especialmente fora de Jerusalém. Qualquer Judeu com idade poderia ler as lições da escritura e fazer comentários sob o convite do chefe da Sinagoga. Este costume sugeriu a Jesus a mais natural forma de abrir o seu ministério público. Quando Jesus regressou do seu Baptismo a Nazaré, “Segundo o seu costume, entrou na Sinagoga no dia de Sábado, e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o Livro do Profeta Isaías, e desenrolando-o deparou com a passagem em que está escrito: (61:1, 2) ‘O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos que sofrem, para curar os desesperados, para anunciar a libertação aos exilados e a liberdade aos prisioneiros para proclamar um ano da graça do Senhor.’ Depois, enrolou o Livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na Sinagoga tinham os olhos fixos nele. Começou então a dizer-lhes: ‘Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura que acabais de ouvir.’ Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: ‘Não é este o filho de José?’” 195
Nos grandes festivais que Ele visitou a partir do seu décimo-segundo ano, na capital do país onde a religião Judaica brilhava todo o seu esplendor e atracção. Grandes caravanas com camelos carregados com disposições e ricas oferendas ao Templo, eram postas em marcha a partir do Norte e do Sul, do Oriente e do Ocidente para a cidade Santa “a alegria de toda a Terra” e estas peregrinações anuais, cantando os lindos Salmos do Peregrino (Sl, 120 a 134), contribui imensamente para a preservação e promoção da fé comum, como são as peregrinações a Meca que acompanham a vida do Islão. Poderemos reduzir grandemente os enormes números de Josefo, que em uma única Páscoa contou o número de estrangeiros residente em Jerusalém em 2,700,00 e o número de cordeiros abatidos em 256,500, mas ainda fica o facto da grandeza e solenidade da ocasião. Mesmo agora, na sua decadência, Jerusalém (como outras cidades Orientais) apresenta uma impressionante aparência pitoresca na Páscoa, quando os Cristãos peregrinos do longínquo Ocidente se misturam com a cor dos povos árabes, turcos, gregos, latinos, espanhóis e Judeus polacos, multidão que sufocam a Igreja do Santo Sepulcro. Quanto mais grandeza e deslumbramento deve ter sido este espectáculo cosmopolita quando os Sacerdotes (cujo o número Josefo estimou em 20,000), com a túnica bordada, o cíngulo de fio linho, o vistoso turbante, a insígnia dos Sumos-sacerdotes de púrpura violácea, de púrpura escarlate, de púrpura carmesim, o peitoral e a mitra, os Levitas com os chapéus altos, os Fariseus com os seus amplos amuletos e franjas, os Essénios com vestidos brancos com significado profético, soldados Romanos com atitude orgulhosa, cortesãos de Herodes com a pomposidade oriental, contrastando com mendigos e vestidos de trapos, quando incontáveis peregrinos, Judeus e estrangeiros de todas as partes do império, “Partos e Medos e Elamitas habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e Capadócia, do Ponto e da Ásia, Frígia e Panfília, no Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, tanto Judeus e prosélitos, Cretenses, e Árabes”196 todos trazendo o seus nacionais costumes como falando uma Babel de línguas, afluindo através das ruas, até ao monte Moriá onde “o gloriosos Templo erguia os seus pilares, não muito longe de parecer uma montanha iluminada com pináculos dourados no topo” e onde no décimo quarto dia do primeiro mês, colunas de fumo sacrificial surgiam a partir de dezenas de milhares de cordeiros pascais, em comemoração histórica da grande libertação da terra da escravidão, e, típica prefiguração da ainda maior redenção da escravidão do pecado e da morte.197

Sem comentários:

Enviar um comentário