domingo, 29 de março de 2009

O Fundador do Cristianismo IV

"Pai Seja o teu amor o meu consolo." (Salmo 119:76)

O Autor escreve um "pequeno Esboço da História" da vida de Jesus, desde a sua encarnação no seio da Virgem Maria até à sua vitória final na sua Gloriosa Ressureição, é "o Conquistador da morte e do inferno, o Príncipe da Vida e da Ressurreição"

Boa Leitura!

Os Milagres ou Sinais que acompanhavam os seus ensinamentos são sobrenaturais, mas não antinaturais, exposições do seu poder sobre o Homem e a Natureza, nenhuma violação da Lei, mas a manifestação de uma Lei Superior, a superioridade do Espírito sobre a matéria, a Superioridade da graça Divina sobre a Natureza Humana. Estas são do mais elevado Moral e de um profundo significado simbólico, alertado por Pura Benevolência Divina, e destinado para o Bem do Homens, em contraste impressionante com os escritos decepcionantes, inúteis e com absurdos milagres da ficção apócrifa. Estes foram realizados sem nenhuma ostentação, com grande simplicidade e facilidade, como simplesmente são chamados as suas “obras”. Eles foram a prova prática da sua Doutrina e o reflexo natural da Divindade da Sua Pessoa. A ausência de grandes feitos Humanos num Homem tão maravilhoso seria a sua maior obra.
A Sua Doutrina e Milagres foram seladas com a mais Pura e Santa Vida privada e pública. Ele pode desafiar os seus mais ferozes adversários com a pergunta: “Qual de vocês me aponte o pecado?” bem sabendo que eles não poderiam apontar um único local.
Até que enfim ele completou a sua obediência activa pela obediência passiva do sofrimento em alegres renúncias à Santa Vontade de Deus. Odiado e Perseguido pela hierarquia Judaica, traído por Judas em suas mãos, acusado por falsas testemunhas, condenado pelo Sinédrio, rejeitado pelo o povo, negado por Pedro, mas declarado Inocente pelo o representante da Justiça e Direito Romano, rodeado pelo o Pranto da Sua Mãe e seus Discípulos, revelando nessas negras horas, pelo o Silêncio e a Palavra, a mansidão de um Carneiro e a Dignidade de um Deus, orando por seus assassinos, dispensando ao Ladrão Arrependido um lugar no Paraíso, encomendando a Sua Alma ao Seu Pai Celestial, morreu, com a Exclamação: “Está consumado!” Morreu antes de ter chegado à primeireza da Masculinidade. O Salvador do Mundo um Jovem! Ele morreu na vergonhosa morte de Cruz, o Justo para os Injustos, o Inocente pelos Culpados, uma Livre autodeterminação de sacrifício de Amor Infinito, para Reconciliar o Mundo com Deus. Ele conquistou a morte e o pecado no próprio terreno destes, e portanto, Resgatados e Santificados todos os que estão dispostos a Aceitar os Seus Benefícios e de seguir o Seu Exemplo. Ele institui a Santa ceia, para perpetuar a memória e renovar a sua morte para que a potência do Seu Sangue expiatório limpe e renove os Homens até ao fim dos tempos.
No Terceiro dia ele ergueu-se do túmulo, o Conquistador da morte e do inferno, o Príncipe da Vida e da Ressurreição. Ele apareceu vária vezes aos Seus Discípulos, ele ordenou que se pregasse o Evangelho da Ressurreição a toda a Criatura, Ele Tomou posse do Seu trono Celestial, e pela efusão do Espírito Santo, ele fundou a Igreja, que desde então Protegeu, Nutriu, e Confortou, e com a qual Prometeu Habitar, até à Sua Vinda repentina em Glória para o Julgamento dos Vivos e dos Mortos.
Isto é um pequeno Esboço da História que os Evangelistas nos dizem com simplicidade da Fé, no entanto com efeito mais geral e mais durável do que poderia ser produzido pela arte mais elevada da composição Histórica. Eles modestamente absteram-se de adicionar a suas próprias impressões do registo das Palavras e Actos do Mestre na qual “Contemplaram a sua Glória, a Glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de Graça e Verdade.”

quarta-feira, 25 de março de 2009

O Fundador do Cristianismo III

"No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus e o Verbo estava com Deus e o Verbo se fez carne e habitou entre nós."

Como o autor diz, Cristo "sabia mais do curso da História e do coração do Homem do que todos os Sábios e Legisladores antes e depois dele", Cristo é o Divino que toca na Terra.

Boa Leitura!

Ele começou seu ministério público, no trigésimo ano da Sua Vida, após a inauguração messiânica pelo Baptismo de João, e após a provação no deserto messiânico como contrapartida da tentação do primeiro Adão no Paraíso. O seu ministério durou apenas três anos e ainda nesses três anos é o mais profundo significado condensado na História da Religião. Nenhuma grande Vida passou tão rápida, tão silenciosamente, tão humildemente, tão distante do barulho e agitação do Mundo, e nenhum tão grande Vida após seu fim, excitou tal interesse universal e durável. Ele estava ciente deste contraste: Ele previu a sua mais profunda humilhação até à morte na Cruz, e as subsequentes irresistíveis atracções desta Cruzada, que pode ser percebido no dia a dia onde o seu Nome é conhecido. Ele que pôde dizer, “Se eu for erguido na Terra, atrairei todos os Homens para mim”100 sabia mais do curso da História e do coração do Homem do que todos os Sábios e legisladores antes e depois dele.
Ele escolheu doze Apóstolos para os judeus e Setenta discípulos para os Gentios, não entre os letrados e líderes, mas entre os analfabetos pescadores da Galileia. Ele não tinha casa, nem propriedades, sem amigos entre os poderosos e ricos. Algumas Mulheres piedosas de vez em quando enchiam a sua bolsa, que estava nas mãos de um ladrão e um Traidor. Jesus associou-se com publicanos e pecadores, para erguê-los a uma vida Nobre e Santa, e começou a sua reforma entre as classes inferiores, que eram negligenciados e desprezados pelas orgulhosas elites reinantes. Ele nunca encontrou o favor dos ricos, mas incorreu nos seus ódios e perseguições. Ele nunca lisonjeou os preconceitos dos seus tempos, mas criticou o pecado e o vício entre os grandes e pequenos, direccionando as Suas mais severas palavras para os líderes cegos, os Fariseus Hipócritas, que se sentavam na cadeira de Moisés. Ele nunca incentivou as mundanas esperanças Messiânicas do povo, mas retirou-se quando estes queriam declará-lo Rei, e declarou ao representante do Império Romano que o Seu Reino não era deste Mundo. Ele anunciou aos Discípulos o seu próprio Martírio, e prometeu-os a estes somente nesta vida o mesmo Baptismo de carne. Pregando pela Palestina, muitas vezes cansado das viagens, mas nunca da sua obra de amor, fazendo o Bem para as almas e corpos dos Homens, falando palavras de Espírito e de Vida, fazendo poderosos e misericordiosos Milagres.
Ele ensinou a mais pura doutrina, como uma revelação directa do seu Pai Celestial, a partir da sua Própria intuição e experiência, e com um poder e autoridade na qual comandou a uma incondicional confiança e obediência. Ele elevou-se acima dos preconceitos de partidos e seitas, acima das superstições do povo e do seu tempo. Ele abordou o coração do Homem nu e tocou rapidamente na consciência deste. Ele anunciou a fundação de um Reino Espiritual, que nascesse da mais pequena semente para uma grande árvore, e, crescendo como fermento por dentro, gradualmente permeia-se todas as Nações e Países. Esta colossal ideia, nunca tinha incorporado a imaginação dos Homens, na qual nele ocupou rapidamente mesmo na hora mais cruel da Humilhação, perante o tribunal do Sumo-Sacerdote e do Governador Romano, e quando suspenso como um ladrão na Cruz; mas a Verdade desta ideia está ilustrada em cada página da História da Igreja e em todas as missões Cristãs na Terra.

sábado, 21 de março de 2009

O Fundador do Cristianismo II

“Fizeste-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto, enquanto não repousa em Vós”. (Santo Agostinho)

Este texto, trata da inexplicável sabedoria de Jesus, ainda que só dispuse-se dos meios de instrução "que estavam abertos para o Judeu mais humilde", como desmantela os erros gnósticos sobre a infânçia de Jesus!

Boa Leitura!

Jesus Cristo veio ao mundo no reinado de Augusto César, o primeiro imperador Romano, antes da morte de Herodes o Grande, no ano Zero da tradicional data da nossa Era. Ele nasceu em Belém da Judeia, na linha real de David, de Maria “A Serva de Deus e Virgem Mãe”. O mundo estava em Paz, e as portas de Jano foram fechadas apenas a segunda vez na História de Roma. Existe uma aptidão poética e moral nesta coincidência: esta garantiu uma audiência por parte dos gentios, para a mensagem delicada da paz que poderia ter morrido afogada nas paixões das guerras e do clamor das armas. Os Anjos do Céu proclamaram a Boa-Nova com cânticos de Louvor. Pastores Judaicos dos campos vizinhos de Belém, e sábios do Extremo Oriente cumprimentaram o recém-nascido com a homenagem de corações crentes. O Céu e a Terra se uniram em alegre adoração ao redor do Deus Menino, sendo a festa deste Evento celebrada ano para ano entre altos e baixos, ricos e pobres, velhos e jovens, em todo o mundo Civilizado. A ideia de uma infância perfeita, sem pecado e Santa, sendo verdadeiramente Humana e Natural, nunca tinha estado antes na mente de um Poeta ou de um Historiador, e quando a lendária fantasia dos evangelhos Apócrifos, tentaram preencher o silêncio dos Castos Evangelhos, pintaram prodígios anti-naturais de uma criança em que os animais selvagens, árvores, e ídolos se curvavam, ele que mudava as bolas de argila em pássaros que voavam para divertimento dos seus companheiros. A juventude de Jesus Cristo está velada em Mistério. Sabemos apenas um facto, mas um muito significativo. Aquando em menino de doze anos, ele espantava os doutores no Templo por suas perguntas e respostas, sem os repelir pela imodéstia da sua prematura Sabedoria, e encheu seus Pais com reverência e temor pela sua absorção nas coisas do seu Pai Celestial, no entanto foi sujeito e obediente a eles em todas as coisas. Também aqui, há uma clara linha de distinção entre o milagre sobrenatural da História e os prodígios anti-naturais da ficção dos evangelhos apócrifos, no qual representam Jesus, respondendo as mais instruídas das mais perplexas questões acerca da astronomia, medicina, física, metafísica e psicologia.98 A condição externa e a sua vida na sua Juventude estão em nítido contraste com o surpreendente resultado da sua vida pública. Ele cresceu discretamente e despercebido numa vila montanhosa insignificante da Galileia, longe da cidade de Jerusalém, das escolas e bibliotecas, sem nenhum meios de instrução salvo aqueles que estavam abertos para ao Judeu mais humilde – os cuidados dos Pais devotos, as belezas da Natureza, os serviços da Sinagoga, a secreta comunhão da alma com Deus, e as Escrituras do Velho Testamento, que registou, na forma e profecia o Sua Próprio Carácter e Missão. Todas as tentativas que tentam elaborar a sua Doutrina derivadas de escolas e seitas existentes têm falhado completamente. Ele nunca se refere às tradições dos anciões excepto quando se lhes opõe. Dos Fariseus e Saduceus diferiu igualmente, e provocou sua hostilidade mortal. Com os Essénios ele nunca entrou em contacto. Ele era independente da Aprendizagem e Literatura Humana, das escolas e dos partidos. Ele ensinou ao Mundo como não devesse nada ao Mundo. Ele veio do céu e falou, para fora da plenitude do Seu Relacionamento Pessoal com o Grande Pai. Ele não era estudioso, nenhum artista, nem orador, no entanto, foi mais Sábio do que todos os sábios, Ele falou como nunca o Homem falou, e marcou a sua Geração e todas as outras que se seguiram e seguem, como nenhum Homem jamais fez ou pode fazer. Daí a surpresa natural dos seus contemporâneos, expressa nesta questão: “De onde é que isto Lhe vem e que sabedoria é esta que Lhe foi dada?”99

quinta-feira, 19 de março de 2009

O Fundador do Cristianismo I

"Com todos os meus exércitos e generais, por um quarto de século não consegui subjugar nem um único continente. E esse Jesus, sem a força das armas, vence povos, e culturas por dois mil anos". Napoleão Bonaparte, Imperador Francês

O autor fala-nos do Jesus Homem e Jesus Deus!
Este assunto terá algumas postagens..

Boa Leitura!

Quando “a Plenitude dos tempos” chegava, Deus enviou o seu único filho gerado não criado “o Desejado de todas as Nações” para redimir o mundo da maldição do pecado, e estabelecer um Reino Eterno da Verdade, do Amor, e da Paz para todos os que crerem em seu nome. Em Jesus Cristo uma História preparatória Divina e Humana chega ao seu fim. Nele culmina todas as revelações precedentes de Deus aos Judeus e aos Gentios, e nele estão preenchidos os mais profundos desejos e esforços pela redenção do Ser-Humano. Em sua Natureza Divina, como Logos, é de acordo com S. João, o Filho Eterno do Pai, no qual todas as coisas foram criadas e manifestadas, sendo concluídas na sua encarnação. Em sua Natureza Humana, Jesus de Nazaré é como o fruto maduro do crescendo das Religiões da Humanidade, com ancestrais Humanos, que S. Mateus (o evangelista de Israel) segue até Abraão, e S. Lucas (o evangelista dos Gentios), até a Adão, o Pai de todos os Homens. No seu Corpo habita toda a plenitude da Divindade, e nele também é realizado ideal da virtude e piedade Humanas. Ele é a verdade eterna, e a própria vida Divina, juntou-se pessoalmente com a nossa natureza, ele é o nosso Senhor e nosso Deus, mas, ao mesmo tempo, carne da nossa carne e ossos dos nossos ossos. Nele está resolvido o problema da Religião, a reconciliação e a comunhão do Homem com Deus, sendo que nós não poderemos esperar uma maior revelação de Deus, nem nenhuma realização divina mais elevada no Homem, pois Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Mas, como Jesus Cristo, assim, fecha toda a História precedente, por outro lado, ele começa um Futuro interminável. Ele é o Autor da nova criação, o segundo Adão, o Pai da Humanidade regenerada, a cabeça da Igreja “que é o seu Corpo, a plenitude Dele que enche tudo em todos”. Ele é a Fonte Pura do fluxo da Luz e da Vida, no qual flui através de todas as Nações e Idades interruptamente, até que a Terra esteja cheia do seu Louvor, e toda a Língua confesse que Ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
A difusão universal e o domínio absoluto do Espírito e da Vida de Cristo, será também o fim da História Humana, e o iníçio de uma gloriosa eternidade. É grande e difícil tarefa do biógrafo de Jesus para mostrar como Ele, por desenvolvimento externo e interno, de acordo com as condições de um determinado povo, e do País, passou a ser de facto o que Ele tinha em mente e destinado, e que vai continuar a ser para a Fé Cristã, o Homem-Deus e Salvador do Mundo. Sendo Divino e Eterno, não poderia tornar-se Deus, mas como Homem estava sujeito às leis da vida humana e do gradual crescimento. “Cresceu em Sabedoria e em Estatura, e no favor de Deus”96 embora era o Filho de Deus, “contudo aprendeu a obediência por aquilo que sofreu, e tendo sido feito perfeito, tornou-se o Autor da Salvação eterna, em todos os que Crerem”.97 Não há nenhum conflito entre o Jesus Histórico e os ideais da fé de Cristo. A plena compreensão da sua verdadeira vida Humana, pela sua própria perfeição e elevada acima de todos os outros Homens antes e depois dele, conduzirá necessariamente a uma admissão do seu Próprio testemunho a respeito da sua Divindade.
“Profunda ferida as tuas raízes deixaram, ó Celeste Videira,
dentro do nosso terreno fertilizado!
O maior dos Homens e ainda maior Deus,
A flor do Homem-Deus!”

quarta-feira, 18 de março de 2009

Capítulo II - Jesus Cristo

"Se virares as tuas costas para o Sol, só verás a tua própria Sombra"

Começaremos como o Novo Capítulo "Jesus Cristo", tal como o primeiro, só inserirei nas postagens o texto, as fontes, notas, e outras informações, podem visualizar directamente no site, donde eu estou a traduzir.
http://www.ccel.org/s/schaff/history/1_ch02.htm
Neste novo capítulo, o autor fala-nos dos mais importantes momentos da Vida de Jesus, dos anos de Herodes, à misteriosa estrela de Belém, dismitifica a vida oculta de Jesus e saboreia a vitória de Cristo na Cruz, sempre do ponto de vista de um Historiador Cristão.

Que Nossa Senhora abençoe este meu Trabalho como também os leitores!

sábado, 14 de março de 2009

Judaísmo e Paganismo em Contacto II

“Temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”

Esta postagem é a ultima, do primeiro capítulo do volume I "Preparação do Cristianismo na História" do livro História da Igreja Cristã (se quiserem saber mais alguma informação sobre o livro está no 1 º tópico deste blog), que continuará com o assunto do tópico anterior.

Boa Leitura!

2. Por outro lado o Paganismo Greco-Romano, através da sua Língua, Filosofia, e Literatura, não exerceu nenhuma influênçia para suavizar o dogmatismo das classes mais cultas e elevadas dos Judeus. Geralmento os Judeus da dispersão que falavam o idioma Grego, “Helenistas”, como eram chamados foram muito mais liberais do que os chamados “Hebreus” os Judeus ou Palestinianos, que mantiveram a sua Língua Mãe. Isto é evidente nos Missionárisos dos Gentios, Barnabé de Chipre e Paulo de Tarso, e em toda a Igreja de Antioquia, em contraste com os da Igreja de Jerusalém. Os Helenistas cristãos eram a natural ponte para os Gentios. O mais notável exemplo de uma união, embora a beirar a Gnose e um pouco fantasiosa, de uma combinação de elementos Judaicos e Pagãos encontra-se nos círculos culturais, em cidades Egípçias, Alexandria, e no sistema de PHILO, que nasceu por volta do ano 20 B. C. e viveu até ao ano 40 A.D. , mas nunca entrou em contacto com Cristo ou com os Apóstolos. Este Judeu, procurou harmonizar a religião de Moisés com a filosofia de Platão com a ajuda de uma arbitrariedade, mas engenhosa interpretação alegórica de Antigo-Testamento, e dos Livros da Sabedoria e dos Provérbios, ele deduziu uma doutrina do Logos tão supreendente como a do Evangelho de João, que muitos expositores pensam que é necessário atribuir ao Apóstolo uma familiaridade com os escritos, ou pelo menos com a terminologia de Philo. Mas a especulação de Philo é para o Apóstolo “Verbo feito carne”, como a sombra para o corpo, ou um sonho para a realidade. Ele não deixa espaço para a ideia da encarnação, mas a coincidênçia da sua especulação com a grande verdade é muito espantosa91. Os Curandeiros (servidores) ou Adoradores, uma mística e ascética seita no Egipto, carrega este Judaísmo Platónico na vida prática, mas eram, naturalmente e igualmente mal sucedidos em unir as duas religiões em uma maneira vital e permanente. Tal união somente podia ser efectuada por uma nova Religião revelada do céu92. Bastante independente do Judaísmo filosófico de Alexandria era os Samaritanos, uma raça misturada, que também combinava, embora de uma maneira diferente, os elementos da Religião Judaica e Pagãos93. Eles datam do período do exílio. Eles mantiveram o Pentateuco, a circuncisão, e a espera messiânica mundana, mas mantinham o seu próprio templo no Monte Gerizim, e odiavam mortalmente os Bons Judeus. Entre estes o Cristianismo, como seria mostrado no diálogo entre a mulher da Samaria e Jesus,94 e as pregações de Filipe,95 encontraram o acesso fácil, mas como entre os Essénios e os Servidores não passava de uma forma de Heresia. Simon Magus, por exemplo, e alguns outros hereges, são representados pelos os escritores do cristianismo primitivo como os primeiros emissores do gnosticismo cristão.
3. Assim foi preparado o caminho para o Cristianismo por todos os lados, positivamente e negativamente, directa e indirectamente, na teoria e na prática, pela verdade e pelo erro, pela falsa crença e pela incredualidade dos irmãos hostis, que ainda hoje não podem viver separados do Judaísmo. Pela cultura Grega e pelo o poder Romano, pelo a pálida tentativa de união do pensamento Judaico e Pagão, pela exposta impotênçia natural da civilização, filosofia, arte, e do poder político, pela a decadênçia das antigas religiões, pelo o miserável vazio universal e de tempos sem esperança, e principalmente pela a seriedade e anseio de todas as almas nobres pela a Religião da Redenção, pela a Religião da Salvação.
“Na plenitude dos tempos”, quando as flores mais justas da ciênçia e arte murcharam, e o mundo estava na orla do desespero, o Filho da virgem nasceu para curar as efermidades da humanidade. Cristo entrou no mundo da agonia, como o autor da vida nova, imperecível e imortal.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Judaísmo e Paganismo em Contacto I

"O que os olhos não viram, os ouvido não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam."

Como o título diz, o autor dá-nos um vislumbre sobre a dispersão dos Judeus por todo o Império Romano, e a sua enorme influênçia que tinham nas Terras onde estavam instalados, e que mais tarde seriam como A Matéria-Prima para o Cristianismo.
O primeiro capítulo do livro acaba com este tópico que terá duas Postagens.

Boa Leitura!

O império Romano, embora estabelecesse directamente, não mais do que uma união política externa, ainda promoveu indirectamente uma mútua aproximação intelectual e moral da Religião Pagã e Judaica, que foram conciliados em um reino espiritual pelo poder sobrenatural de Cristo.
1. Os Judeus, desde o cativeiro da Babilónia, espalharam-se por todo o mundo. Eles eram tão omnipresentes no império Romano no primeiro século como são agora na Cristandade. De acordo com Josefos e Strabo, não houve qualquer País onde eles não fizessem parte da População85. Entre as testemunhas do milagre do Pentecostes foram “Judeus de todas as nações debaixo do çéu... Partos, Medos, Elamitas, habitantes da Mesopotânia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, Judeus e prosélitos, cretenses e Árabes.”86 Apesar da antipatia e inveja dos Gentios, que tinham pelo o talento e indústria dos Judeus, estes aumentavam a suas riquezas, influênçias e, privilégios, construindo sinagogas em todas as cidades comerçiais do império Romano. Pompey trouxe um número considerável de Judeus cativos de Jerusalém para a capital (bc 63), e estabeleceu-os nas margem direita do rio Tibre (Trastevere). Ao estabelecer estas comunidades, forneçeu sem o saber, a “matéria-prima” para a Igreja Romana. Júlio César foi o grande protector dos Judeus, e eles mostraram a sua gratidão pela recolha de muitas noites lamentando a sua morte no fórum onde o seu corpo assassinado foi queimado.87 Ele lhes concedeu a liberdade do culto público, e assim deu-lhes um estatuto jurídico de uma sociedade religiosa. Augusto confirmou estes privilégios, sob o seu reino foram numerados já por milhares na cidade. Seguida de uma reacção por parte de Tibério e Claudio que expulsaram os Judeus de Roma, mas eles cedo voltaram, e conseguiram garantir o livre exerçicio dos seus ritos e costumes. As frequentes alusões satíricas que eles sofriam, provam a sua influênçia, bem como a aversão e desprezo que tiveram por parte dos Romanos. Seus ensinos atingiram os ouvidos de Nero através da sua esposa Poppaea, que parece tê-lo inclinado para a sua fé, e Josefos, o erudito mais distinto dos Judeus, gozava de favor dos três imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano. Na língua de Seneca (citado conforme St. Agostinho) “os Judeus conquistados deram Leis aos conquistadores Romanos”. Pela a dispersão dos Judeus as sementes do conhecimento do verdadeiro Deus e da esperança messiânica foram cultivadas no campo do mundo idolatrado.
O Antigo-Testamento foram traduzidas para o Grego dois séculos antes de Cristo, e foram lidas e expostas à adoração pública de Deus, que estava aberta para todos. Cada sinagoga eram como estações onde se expandia o monoteísmo, e forneçeu aos apóstolos um admirável e natural lugar para a sua pregação de Jesus Cristo como o Messias esperado pela a Lei e os Profetas. Então como o paganismo religioso tinha sido irremediavelmente prejudicado pela filosofia céptica e incredualidade popular, muitos fervorosos Gentios especialmente multidões de mulheres, convertíam-se ao Judaísmo, no todo ou parcialmente. Quando convertiam-se totalmente à fé, chamados de “prosélitos rectos”88 eram, geralmente, ainda mais intolerantes e fanáticos do que os Judeus nativos. Aqueles parcialmente convertidos chamados “estrangeiros, dentro das tuas portas” ou “tementes a Deus” adoptaram apenas o monoteísmo, as prinçipais leis morais, e as esperanças messiânicas dos Judeus, sem terem sido circuncidados, aparecem no Novo-Testamento como o mais susceptível ouvinte do evangelho, e formaram o núcleo de muitas das primeiras Igrejas Cristãs. Desta classe foram o Centurião de Cafarnaum, Cornélio de Cesareia, Lídia de Tiatira, Timóteo, e muitos mais proeminentes discípulos.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O Poder Romano e A Cultura Grega III

"Eu sou a Ressureição e a Vida"

Este é o último tópico sobre O Poder Romano e a Cultura Grega, o autor faz um retrato da decadênçia que originou séculos mais tarde a dissolução do império, mas também lembra as vantagens que o império deu, para a expansão do Cristianismo como também a preparação dos espíritos para o advento do Cristianismo através da Cultutra Grega.

Boa Leitura!

A Roma Pagã viveu ainda muitos anos depois desta profecia, mas, as causas da decadênçia já estavam a impressas no primeiro século. A extensão imensa do império e a prosperidade externa, trouxeram consigo uma decadênçia das virtudes internas e civis que distinguiram os Romanos e os Gregos no passado. Os patriotas e executores, que vinham da guilhotina para o serviço público, mas que, retornavam humidelmente à sua condição anterior, extingui-se. O seu culto aos Deuses, que era a raiz da sua virtude, não passava já de uma mera forma, entrando nas mais absurdas superstições, aumentando a descrença, até que os sacerdotes se rissem deles mesmos quando se encontravam na rua. Não raramente nós encontrámos a descrença e a superstição unidos nas mesmas pessoas, de acorado com a máxima da gnose que todos os extremos se tocam, assim o Homem deve acreditar em algo, e prestar culto quer a Deus e ao Diabo.81
Mágicos e adivinhos abundavam, e eram patrocionados publicamente. A simplicidade e a satisfação antigas foram trocados pela a avareza e egoísmo sem limites. Moralidade e castidade, tão bem simbolizados no ministério da virgem Vesta, rendeu-se ao vício e à devassidão. O divertimento foi procurado nos combates realizados na arena entre bárbaros, bestas, gladiadores, o que, ocasionalmente consumia vinte mil vidas humanas em um único mês. As classes mais baixas perderam todos os nobres sentimentos, mas nada importava para “panem et circenenses”, que fez a orgulhosa cidade imperial no Tiber um escravo dos escravos. O enorme império de Nero e de Tibério, era como um gigante mas sem alma, indo, com pequenos passos, na certeza da dissolução final. Alguns dos imperadores foram demoníacos tiranos e monstros de iniquidade, e ainda assim eles eram entronizados entre os deuses pelo o voto do senado, altares e templos eram erigidos para a sua adoração. Este costume característico começou no tempo de César que mesmo durante sua vida foi honrado como o “Divus Julius” pelas as suas vitórias brilhantes, embora custassem mais do que milhões de vidas massacradas e outro milhão de cativos e escravos.82 A imagem negra em que São Paulo retrata o paganismo Romano nos seus dias, é sustentada inteiramente pelo Séneca, Tácito, Juvenal, Persius, e outros escritores pagãos da sua idade, e mostra a absoluta necessidade de redenção. “O mundo”, diz Séneca, em uma famosa passagem, “está cheio de víçios e crimes. Mais são cometidos do que pode ser curado pela a força. Há uma imensa onda de iniquidade. Os crimes já não são mais escondidos, mas feitos à vista de todos. Inocênçia é não somente rara, mas não existe”83 Até aqui foi evidençiado o negativo, mas por outro lado, o império universal de Roma foi um positivo campo de trabalho para a universalidade do Evagelho. Serviu como uma Babilónia, no qual todos crontaditórios e irreconciliáveis pecularidades das antigas nações e religiões foram dissolvidas no caos de uma criação nova. As legiões romanas arrasaram os muros entre as nações antigas, e trouxeram aos extremos do mundo civilizado a liberdade de comunicação, Norte, Sul, Este e Oeste unidos numa língua e cultura comuns, de costumes e leis comuns. Assim, evidentemente, embora conscientemente, abriu o caminho para a rápida propagação desta Religião que une todas as nações numa família de Deus pelo o vínculo espiritual da Fé e Amor.
A ideia de uma Humanidade comum, o que está subjacente a todas as distinções de raça, sociedade e educação, começou a alvoreçer na mente do paganismo, e encontrou expressão na famosa linha de Terênçio, que foi recebida em aplausos no teatro: "Homo sum: humani nihil a me alienum puto." Este espírito de humanidade respirou em Cícero e Virgílio. Daí a veneração feita ao poeta da Eneida pelos os Pais de toda a Idade Média. Santo Agostinho chama-o o mais nobre dos poetas, e Dante, “a Glória e Luz dos poetas” e “seu Mestre” que guiou-o pelas as regiões do inferno do purgatório até aos portões do Paraíso. Acredita-se que, em sua quarta Écloga, ele profetizou o advento de Cristo. Esta interpretação é errônea, mas “há em Virgílio” diz um erudito,84 “uma veia de pensamento e sentimento mais devoto, mais humano, próximo do Cristianismo do que se encontra em qualquer outro poeta antigo. Ele têm o espírito preparado e à espera, embora ele não soubesse, do que ia ser Revelado”.
As leis e instituições civis, também, a sábia administração de Roma ajudaram e muito na organização futura da Igreja Cristã. Como a Igreja Grega cresceu com base na Nacionalidade Grega, do mesmo modo a Igreja Latina cresceu sobre a Roma Antiga, reproduzindo em formas superiores tanto as suas virtudes como seus defeitos. O Catolicismo Romano é a Igreja Pagã Baptizada, uma reprodução Cristianizada sobre o velho império sentado na Cidade das sete Colinas.