"Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, para que destilem os seus aromas. Ah! entre o meu amado no jardim, e coma os seus frutos excelentes!" Cânticos 4:16
Cristo santificou a nossa vida porque a viveu como todos nós, no trabalho, no descanso, na comunidade, na solidão, nas coisas pequenas e nas coisas grandes, porque tudo é bom, porque é a vontade de Deus.
Boa Leitura!
Podemos facilmente segui-lo de lugar para lugar, a pé ou a cavalo, vinte ou trinta milhas por dia, sobre campos verdejantes e estéreis rochas ao longo do vale ou pequeno monte, entre flores e silvas, sob as Oliveiras ou Figueiras, descansando na tenda de noite, ignorando os confortos da civilização moderna, mas deliciando as eternas belezas da Natureza de Deus, lembrando em cada passo as suas magníficas disposições com o seu povo, e cantando os Salmos dos seus antigos servos.
Nós podemos ajoelhar-nos em sua manjedoura em Belém, a cidade da Judeia onde Jacob enterrou a sua amada Raquel, e um pilhar, agora uma mesquita branca, marca o túmulo dela, onde Rute foi recompensada pela sua devoção filial, e as crianças ainda podem ser vistas a recolher ervas nos campos verdes, como ela fez no campo de Boaz, onde seu antepassado, o Poeta-Rei, nasceu e foi chamado dos rebanhos de seu Pai para o trono de Israel, onde Pastores ainda estão assistindo as suas ovelhas como naquela noite, quando as Hostes Angelicais com seus corações emocionados cantaram o Hino de Glória a Deus, e Paz na Terra aos Homens por Ele Amados, onde os Sábios do Oriente que ofereceram os seus presentes em nome das gerações futuras de Pagãos convertidos, onde a gratidão Cristã ergueu a mais antiga Igreja Cristã, a “Igreja da Natividade”, e inscritos na rocha sólida na “Santa Cripta” em letras de prata, a simples mas grávida inscrição: “Hic Virgine Maria de Jesus Christus natus est”. Quando todos os ambientes à volta correspondem com a narrativa da Escritura, é de pequena consideração se o tradicional lugar da Natividade é idêntico ao lugar apontado como se afigura já no meio do Segundo Século.164
Vamos acompanhá-lo em três dias de viagem de Belém a Nazaré, a sua Casa, onde passou silenciosamente Trinta anos da sua Vida, em quieta preparação para o seu ministério público, desconhecendo o seu Divino Carácter tanto os seus vizinhos como até mesmo os membros da sua própria Família (João 7:5), excepto seus Pais Santos. Nazaré ainda está lá, solitária, mas uma vila encantadamente situada numa montanha, com estreitas, sujas e tortuosas ruas, com primitivas casas de pedra onde homens, burros e camelos estão juntos, rodeados por cactos e frutuosos jardins de uvas, oliveiras, figueiras e pomares, e favoravelmente distingue-se hoje das aldeias infortunadas da Palestina, por comparação da indústria moderna, frugalidade e beleza Feminina. Nunca falta a “Virgin´s Foutain”, para onde Jesus deve ter acompanhado a sua Mãe para o fornecimento diário de água, é ainda ali perto da Basílica da Anunciação Grega, onde se encontram as mulheres e donzelas ao anoitecer, com os seus jarros de água graciosamente alinhados sobre a cabeça ou o ombro, e uma fila de prata de moedas a adornar a sua fronte. Por trás da vila continua a erguer-se a colina, perfumado com urze e tomilho, no qual Ele pode ter vislumbrado o Oriente para Gilboa, onde Jonatas caiu, e para a graciosa, como o Tabor a Righi da Palestina, ao norte para o grandioso Monte Hermon, o Monte Blanc da Palestina, no sul para a fértil planície de Esdraelon, o clássico campo de batalha de Israel, e para Ocidente para o cume do Carmelo, o litoral de Tiro e Sidon e as águas azuis do mar Mediterrâneo, a futura direcção e caminho, do seu evangelho de Paz para a Humanidade. Lá ele poderia contemplar sobre as ricas memórias de David e Jonatas, Elias e Eliseu, e recolher imagens de beleza para as suas lições de sabedoria. Nós podemos então sorrir sobre as superstições tolas que apontam a cozinha da Virgem Maria sob a Igreja Latina da Anunciação. A coluna suspensa onde Ela recebeu a mensagem do Anjo, a loja de carpinteiro de José e Jesus, a sinagoga em que Jesus pregou no ano do Senhor, a mesa de pedra na qual Ele comeu com os Discípulos, o Monte do precipício a duas milhas, e a estupenda monstruosidade da remoção da casa de habitação de Maria por anjos no ar atravessando o mar até Loreto em Itália! Estas são fábulas infantis, em flagrante contraste com o silêncio modesto dos Evangelhos, e neutralizado pelas tradições rivais Gregas e de Monges Latinos; mas a Natureza na sua beleza é ainda a mesma que Jesus viu e interpretou nas suas incomparáveis parábolas, que aponta a partir da natureza Humana até à natureza de Deus e de símbolos visíveis a eternas verdades.165
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