Decidi não continuar a seguir o livro de Philip Schaff - (1819-1893), "History of the Christian Church", devido ser um autor Protestante que manifesta algumas opiniões referentes à história Cristã, erróneas para Fé Católica, que ao longo da sua obra, não deixa de manifestar.. Por isso decidi mudar para a obra de Eusébio de Cesaréia, História Eclesiástica, que é imune a questões entre Protestantes e Católicos, por ter vivido no século IV. É óbvio que todos os livros têm intenções e finalidades, no entanto a sua obra é muito importante por ser um autor que legou para posterioridade muito dos factos da Igreja Católica! que ajudaram os posteriores historiadores, estudiosos e especialistas como Philip Schaff, a desenvolver as suas sínteses da História da Igreja!
Boa Leitura!
O autor e a obra
Eusébio, bispo de Cesaréia, nasceu em cerca de 270, faleceu no ano 339/340. A data de seu nascimento só pode ser inferida de sua obra, pois ele narra a perseguição dos cristãos sob Valeriano (258-260) como sendo algo do passado, e os eventos seguintes como sendo contemporâneos seus.
Não se sabe onde nasceu, mas passou a maior e mais importante parte de sua vida em Cesaréia, na época a maior cidade romana da Palestina. Era de família desconhecida mas certamente cristã, como indica seu nome. Eusébio nada fala de si mesmo em sua extensa obra. Foi bispo de Cesaréia de 313 ou 315 em diante.
Em 303 começa a última e maior perseguição aos cristãos, durando até 311. Não se sabe em que circunstâncias Eusébio atravessou essa tormenta. Assistiu pessoalmente a martírios em Tiro e na Tebaida (Egipto), ele próprio foi preso mas não executado, tendo sido posteriormente acusado de apostasia. Sua formação teológica foi baseada no estudo da obra de Orígenes. Durante os debates contra o arianismo Eusébio foi um dos principais defensores de uma posição mediadora, que procurava manter unificada a indefinição dogmática dos primeiros pais da Igreja. Para a dogmática posterior ele é suspeito de ser semi-ariano, o que pode ter sido a causa do rápido desaparecimento de muitos de seus escritos.
Sua obra se constitui de livros históricos, apologéticos, de exegese bíblica e doutrinários. Escreveu mais de 120 volumes, a maioria dos quais perdidos, alguns são conhecidos apenas por traduções. Dos originais restam nada mais do que fragmentos. Tratou de todos os temas e personalidades ligados à Igreja, citando extensamente e comentando cerca de 250 obras de muitos autores que de outra maneira estariam perdidos, sendo conhecidos apenas através de Eusébio.
História Eclesiástica
Não se trata de uma História da Igreja, como seria entendida hoje. A Igreja não é, para ele e seus contemporâneos, objecto de história, já que é uma entidade criada por Deus, e portanto transcendente. O que o historiador pode fazer é relatar os fatos, as pessoas e as instituições com ela relacionados. Dessa forma, relatam-se acontecimentos, mas não se analisa um desenvolvimento histórico. A motivação da obra, como explicitada no início do primeiro livro, é registar a sucessão dos "santos apóstolos", os grandes feitos, os que se sobressaíram, as heresias, as perseguições e a protecção de Deus sobre seu povo. A obra é dividida em dez livros com a seguinte estrutura:
I-VII: Uma contínua sucessão de temas iniciada talvez antes da perseguição, com material reunido até mais ou menos o ano 311.
VIII: Actualização da obra com os acontecimentos mais recentes.
IX-X: Longa extensão do livro VIII, com desfecho escrito após a inauguração da Igreja de Tiro. A forma final da obra foi atingida após quatro edições, tendo os nove primeiros livros sido publicados antes do Edito de Milão (311) e o décimo livro em 323/5. A importância da obra nos dias de hoje é múltipla: Para o estudo da historia antiga é uma rica fonte de referências e uma compilação de obras anteriores. Para a Igreja, tem o valor de registo dos primórdios de sua história. Para os cristãos traz o testemunho daqueles que viveram as perseguições dos primeiros séculos, que com seu martírio nos dão uma lição de perseverança e fé, e ao mesmo tempo nos mostram um sinal de esperança em qualquer época de crise.
segunda-feira, 29 de março de 2010
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