sábado, 14 de março de 2009

Judaísmo e Paganismo em Contacto II

“Temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”

Esta postagem é a ultima, do primeiro capítulo do volume I "Preparação do Cristianismo na História" do livro História da Igreja Cristã (se quiserem saber mais alguma informação sobre o livro está no 1 º tópico deste blog), que continuará com o assunto do tópico anterior.

Boa Leitura!

2. Por outro lado o Paganismo Greco-Romano, através da sua Língua, Filosofia, e Literatura, não exerceu nenhuma influênçia para suavizar o dogmatismo das classes mais cultas e elevadas dos Judeus. Geralmento os Judeus da dispersão que falavam o idioma Grego, “Helenistas”, como eram chamados foram muito mais liberais do que os chamados “Hebreus” os Judeus ou Palestinianos, que mantiveram a sua Língua Mãe. Isto é evidente nos Missionárisos dos Gentios, Barnabé de Chipre e Paulo de Tarso, e em toda a Igreja de Antioquia, em contraste com os da Igreja de Jerusalém. Os Helenistas cristãos eram a natural ponte para os Gentios. O mais notável exemplo de uma união, embora a beirar a Gnose e um pouco fantasiosa, de uma combinação de elementos Judaicos e Pagãos encontra-se nos círculos culturais, em cidades Egípçias, Alexandria, e no sistema de PHILO, que nasceu por volta do ano 20 B. C. e viveu até ao ano 40 A.D. , mas nunca entrou em contacto com Cristo ou com os Apóstolos. Este Judeu, procurou harmonizar a religião de Moisés com a filosofia de Platão com a ajuda de uma arbitrariedade, mas engenhosa interpretação alegórica de Antigo-Testamento, e dos Livros da Sabedoria e dos Provérbios, ele deduziu uma doutrina do Logos tão supreendente como a do Evangelho de João, que muitos expositores pensam que é necessário atribuir ao Apóstolo uma familiaridade com os escritos, ou pelo menos com a terminologia de Philo. Mas a especulação de Philo é para o Apóstolo “Verbo feito carne”, como a sombra para o corpo, ou um sonho para a realidade. Ele não deixa espaço para a ideia da encarnação, mas a coincidênçia da sua especulação com a grande verdade é muito espantosa91. Os Curandeiros (servidores) ou Adoradores, uma mística e ascética seita no Egipto, carrega este Judaísmo Platónico na vida prática, mas eram, naturalmente e igualmente mal sucedidos em unir as duas religiões em uma maneira vital e permanente. Tal união somente podia ser efectuada por uma nova Religião revelada do céu92. Bastante independente do Judaísmo filosófico de Alexandria era os Samaritanos, uma raça misturada, que também combinava, embora de uma maneira diferente, os elementos da Religião Judaica e Pagãos93. Eles datam do período do exílio. Eles mantiveram o Pentateuco, a circuncisão, e a espera messiânica mundana, mas mantinham o seu próprio templo no Monte Gerizim, e odiavam mortalmente os Bons Judeus. Entre estes o Cristianismo, como seria mostrado no diálogo entre a mulher da Samaria e Jesus,94 e as pregações de Filipe,95 encontraram o acesso fácil, mas como entre os Essénios e os Servidores não passava de uma forma de Heresia. Simon Magus, por exemplo, e alguns outros hereges, são representados pelos os escritores do cristianismo primitivo como os primeiros emissores do gnosticismo cristão.
3. Assim foi preparado o caminho para o Cristianismo por todos os lados, positivamente e negativamente, directa e indirectamente, na teoria e na prática, pela verdade e pelo erro, pela falsa crença e pela incredualidade dos irmãos hostis, que ainda hoje não podem viver separados do Judaísmo. Pela cultura Grega e pelo o poder Romano, pelo a pálida tentativa de união do pensamento Judaico e Pagão, pela exposta impotênçia natural da civilização, filosofia, arte, e do poder político, pela a decadênçia das antigas religiões, pelo o miserável vazio universal e de tempos sem esperança, e principalmente pela a seriedade e anseio de todas as almas nobres pela a Religião da Redenção, pela a Religião da Salvação.
“Na plenitude dos tempos”, quando as flores mais justas da ciênçia e arte murcharam, e o mundo estava na orla do desespero, o Filho da virgem nasceu para curar as efermidades da humanidade. Cristo entrou no mundo da agonia, como o autor da vida nova, imperecível e imortal.

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