Boa Leitura!
1. A fama da assombrosa ressurreição de nosso Salvador e de sua ascensão aos céus já havia alcançado a grande maioria. Havia sido imposto aos governadores das nações o antigo costume de informar o ocupante do cargo imperial de todas a novidades ocorridas em suas regiões, para que nada escapasse de seu conhecimento. Pilatos portanto informou ao Imperador Tibério sobre tudo o que corria de boca em boca por toda a Palestina sobre a ressurreição de nosso Salvador Jesus de entre os mortos.
2.Informou-o também de seus outros milagres e de que o povo já acreditava que ele era Deus, porque depois de sua morte ressuscitou de entre os mortos. Diz-se que Tibério levou o assunto ao senado, e que este o rechaçou, aparentemente porque não o havia aprovado previamente - pois uma antiga lei prescrevia que, entre os romanos, ninguém poderia ser divinizado se não o fosse por voto e por decreto do senado -, mas na realidade era porque a doutrina salvadora da pregação divina não necessitava de ratificação nem de recomendação vinda dos homens.
3.Desta forma pois, o senado romano rechaçou o informe apresentado sobre nosso Salvador. Tibério, por outro lado, conservou sua primeira opinião e não tramou nada de errado contra a doutrina de Cristo.
4.Tertuliano, fiel conhecedor das leis romanas, homem insigne por outros méritos e ilustríssimo em Roma, expõe todos estes fatos em sua Apologia pelos cristãos, que escreveu no próprio idioma romano e que está traduzida em língua grega, expressando-se textualmente como segue:
5."Mas, para que discutamos partindo da origem de tais leis, existia um antigo decreto de que ninguém podia ser consagrado como deus antes de ser aprovado pelo senado. Marco Emílio assim o fez a respeito de certo ídolo, Alburno. Também isto vai a favor de nossa doutrina: que entre vós a divindade seja outorgada por arbítrio dos homens. Se um deus não agrada ao homem, não chega a ser deus. Assim, quanto a isto, convém que o homem seja propício a Deus!
6.Tibério, pois, sob o qual apareceu no mundo o nome de cristão, quando lhe anunciaram esta doutrina procedente da Palestina, onde primeiro começou, comunicou-o ao senado, explicando aos senadores que dita doutrina o agradava. Mas o senado a rechaçou por não tê-la aprovado previamente. Tibério, por outro lado, persistiu na sua declaração e ameaçou de morte aos acusadores dos cristãos."
A providência celestial tinha disposto este ânimo ao imperador a fim de que a doutrina do Evangelho tivesse um início livre de obstáculos e se propagasse por toda a terra.
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