quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O último assédio de Jerusalém, nos tempos de Adriano

História Eclesiástica - Eusébio Cesaréia (continuação)

Boa Leitura!

1.A rebelião dos judeus tomava novamente maior força e maior extensão. Rufo, governador da Judia, com o reforço militar enviado pelo imperador e tirando partido sem piedade de sua louca temeridade, marchou contra eles. Aniquilou em massa milhares de homens, de crianças e de mulheres, e ao amparo da lei da guerra reduziu seus territórios à escravidão.
2.Mandava então sobre os judeus um chamado Barkokebas, que significa "estrela"270, um homem homicida e bandido, mas que, por seu nome, como se tratasse com escravos, dizia que era luz descida dos céus para eles, e com mágicas enganosas fazia ver aos maltratados que brilhava.
3.Mas a guerra chegou a seu ponto mais grave no décimo oitavo ano do reinado, em Betera, cidadela fortíssima, a pouca distância de Jerusalém. Como demorava longo tempo o assédio que vinha do exterior, os revolucionários viram-se empurrados à extrema ruína pela fome e pela sede, e o causador de sua insensatez pagou a pena merecida. Por decisão e por mandato de uma lei de Adriano proibiu-se a todo o povo judeu dali em diante pôr os pés sequer na região que rodeia Jerusalém, de forma que nem de longe podiam contemplar o solo pátrio. Isto foi contado por Ariston de Pela.
4.Assim foi que a cidade chegou a ficar vazia da raça judia, e foi total a ruína de seus antigos moradores. Pessoas de outra raça vieram a habita-la, e a cidade romana então constituída logo trocou de nome e se chamou Elia, em honra ao imperador Adriano. Mas também a igreja dali veio a ser composta de gentios, e o primeiro que se encarregou de seu ministério, depois dos bispos que procediam da circuncisão, foi Marcos.


270 Mais propriamente "Filho de estrela".

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