Boa Leitura!
1.Tão grande foi realmente a perseguição que naquele tempo estendeu-se em muitos lugares contra nós, que Plínio Segundo249, notável entre os governadores, inquieto pela multidão de mártires, relata ao imperador sobre o excessivo número dos que eram executados por sua fé, e no mesmo documento adverte que nunca foram surpreendidos cometendo nada ímpio ou contrário às leis, se não for pelo fato de levantarem-se à aurora para entoar hinos a Cristo como a um Deus, mas que adulterar e cometer homicídios e crimes do mesmo tipo também era proibido para eles, e que em tudo agem conforme as leis.
2.A resposta de Trajano foi promulgar um decreto do seguinte teor: que não se perseguisse a tribo dos cristãos, mas que se castigasse quem caísse. Graças a isto extinguiu-se parcialmente a perseguição, que ameaçava apertar terrivelmente, mas nem por isso faltaram pretextos aos que queriam fazer-nos mal. Algumas vezes eram as populações, outras as próprias autoridades locais que preparavam os assédios contra nós, de forma que, ainda que sem perseguições manifestas, acenderam-se focos parciais, segundo as províncias, e grande número de crentes combateram em diversos gêneros de martírio.
3.O relato foi tomado da Apologia latina de Tertuliano, mencionada mais acima, traduzido, é como segue: "Mesmo assim, encontramos que foi proibido até que nos persigam. Efectivamente, Plínio Segundo, governador de uma província250, depois de condenar alguns cristãos e depô-los de suas dignidades, assustado por seu número e já não sabendo o que lhe restava fazer, consultou o imperador Trajano, alegando que, por não quererem adorar os ídolos, nada de ímpio havia encontrado neles. Informava-lhe também o seguinte: que os cristãos se levantavam à aurora e cantavam hinos a Cristo como a Deus e que, para manter seu conhecimento251, era-lhes proibido matar, cometer adultério, cobiçar, roubar e coisas parecidas. A isto Trajano respondeu que não se perseguisse a tribo dos cristãos, mas que se castigasse quem caísse." Também isto ocorreu neste tempo.
249 Caio Plínio Cecilio Segundo, conhecido como Plínio o Jovem, sobrinho e filho adoptivo de Plínio o Velho, autor da Historia naturalis.
250 Plínio foi governador da Bitínia em 111-112.
251 Esta expressão fica obscura no texto grego.
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