História Eclesiástica - Eusébio Cesaréia (continuação)
Leitura!
1. Na mesma obra369 menciona-se também Milcíades, um escritor que, parece, também escreveu um tratado contra a dita heresia. Depois de citar algumas passagens destes370 continua dizendo: "Isto encontrei em uma obra das que atacam o escrito de Milcíades, nosso irmão, escrito que demonstra não ser necessário que um profeta fale em êxtase, e fiz um resumo."
2. Um pouco mais abaixo na mesma obra estabelece uma lista dos que profetizaram no Novo Testamento; entre eles enumera um tal Amias e a Codrato; diz assim: ".. .mas o falso profeta, no êxtase - ao qual seguem o descaramento e a ousadia -, começa em voluntária ignorância e termina em demência involuntária da alma, como se disse anteriormente.
3.Mas não poderão mostrar um só profeta, nem do Antigo nem do Novo (Testamento) que tenha sido arrebatado pelo espírito desta maneira, nem poderão gloriar-se de Agabo, nem de Judas, nem de Silas, nem das filhas de Felipe, nem de Amias de Filadélfia, nem de Codrato nem de nenhum outro, se há, porque nada tem a ver com eles."
4.E logo, depois de curto espaço, diz o seguinte: "Porque, se é como dizem, que depois de Codrato e de Amias de Filadélfia, o carisma profético passou por sucessão às mulheres do séquito de Montano, que demonstrem quem dentre eles sucedeu aos discípulos de Montano e a suas mulheres, já que o Apóstolo sustenta que é necessário que o carisma profético subsista em toda a Igreja até a parousia final371. Mas não poderão mostrar ninguém, apesar de já ser este o décimo quarto da morte de Maximila."
5. Isto diz ele. No que tange a Milcíades, por ele mesmo mencionado, também deixou-nos outras lembranças de sua aplicação diligente às divinas Escrituras nos tratados que compôs Contra os gregos e Contra os judeus, temas com os quais se debateu separadamente nos dois livros. E mais, fez também uma Apologia dirigida aos príncipes372 do mundo em favor da filosofia por ele professada373.
369 O anónimo antimontanista, cf. 16:2.
370 Dos hereges.
371 Ef 4:11-13; 1 Co 1:4-8; 13:8-10.
372 Provavelmente refere-se a Marco Aurélio e a seu co-augusto Lúcio Vero.
373 Todas suas obras se perderam.
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