quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Da heresia dos ebionitas

Boa Leitura!

1. De outros porém, o demónio malvado, impotente para arrancá-los de sua disposição para como Cristo de Deus, tomou posse ao encontrar outros pontos por onde agarrá-los. Estes primeiros foram chamados ebionitas228, como convinha, pois tinham sobre Cristo pensamentos pobres e de baixa estima.
2.Pois pensavam dele que era apenas um homem simples e comum, justificado à medida em que progredia em seu carácter, e nascido da união de um homem e de Maria. Acreditavam absolutamente necessária para eles a observância da lei, alegando que não se salvariam apenas pela fé e por viver conforme ela.
3.Mas, além destes, havia outros da mesma denominação que escapavam de sua estranha insensatez. Não negavam que o Senhor houvesse nascido de uma virgem e do Espírito Santo. Mas, assim como aqueles, tampouco confessavam que, por ser Deus, Verbo e Sabedoria, preexistia já. Desta maneira retornavam à impiedade dos primeiros, principalmente quando, assim como eles, esforçavam-se por honrar demasiadamente a observância da lei.
4.Acreditavam também que era necessário a todo custo rechaçar as Cartas do Apóstolo, a quem chamavam apóstata da lei, enquanto usavam exclusivamente o chamado Evangelho dos hebreus, sem importar-se em nada com os outros.
5.Da mesma forma que aqueles, observavam o sábado e tudo o mais da disciplina judaica. No entanto, aos domingos celebravam ritos semelhantes aos nossos em memória da ressurreição do Salvador.
6.Daí, de tais práticas, veio-lhes a denominação que levam: o nome de ebionitas manifesta a pobreza de sua inteligência, pois com este nome se chama entre os hebreus aos pobres.

228 Do hebraico ebionim, significando pobres.

domingo, 26 de setembro de 2010

Sobre o mago Menandro

Boa Leitura!

1.O mago Simão foi sucedido por Menandro, o qual, pela sua maneira de agir, mostrou ser uma segunda arma do poder diabólico não inferior à primeira. Também ele era samaritano, e em seu progresso até o ápice da feitiçaria não foi inferior a seu mestre, mas até abundou em milagres ainda maiores. Chamava-se a si mesmo, como se realmente o fosse, o salvador enviado de algum lugar do alto, desde éons insondáveis, para salvação dos homens.
2.E ensinava que ninguém poderia de forma alguma exceder inclusive aos próprios anjos que fizeram o mundo se primeiramente não fosse conduzido através da experiência mágica transmitida por ele e através do baptismo por ele dispensado. Os que são considerados dignos deste participarão já nesta vida da imortalidade perdurável e não morrerão jamais. Mas permanecerão aqui para sempre, não envelhecerão e serão imortais. Este ponto é fácil de reconhecer pelos escritos de Irineu.
3.Também Justino, ao mencionar Simão pela mesma razão, acrescenta uma relação sobre este outro, dizendo: "Sabemos também que um certo Menandro, também samaritano, oriundo da aldeia chamada Caparatea, depois de ser discípulo de Simão e estando também possuído por demónios, apareceu em Antioquia, e com sua arte mágica seduziu a muitos. E convenceu seus seguidores de que não morreriam. Hoje restam alguns de sua seita que continuam a professá-lo."
4. Era sem dúvida obra da influência diabólica lançar mão de tais feiticeiros revestidos do nome de cristãos para esforçar-se em caluniar o grande mistério de piedade, acusando de magia, e destruir por meio deles os dogmas da Igreja sobre a imortalidade da alma e a ressurreição dos mortos. Mas aqueles que os reconhecem como salvadores chegaram abaixo da verdadeira esperança.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Das divinas Escrituras reconhecidas e das que não o são

Boa Leitura!

1.Chegando aqui, é hora de recapitular os escritos do Novo Testamento já mencionados. Em primeiro lugar temos que colocar a tétrade santa dos Evangelhos, aos quais segue-se o escrito dos Actos dos Apóstolos.
2.Depois deste há que se colocar a lista das Cartas de Paulo. Depois deve-se dar por certa a chamada Primeira de João, assim como a de Pedro. Depois destas, se está bem, pode-se colocar o Apocalipse de João, sobre o qual exporemos oportunamente o que dele se pensa.
3.Estes são os ditos admitidos. Dos livros discutidos, por outro lado, mas que são conhecidos da grande maioria, temos a Carta dita de Tiago, a de Judas e a segunda de Pedro, assim como as que se diz serem segunda e terceira de João, sejam do próprio evangelista, seja de outro com o mesmo nome.
4.Entre os espúrios sejam listados: o escrito dos Actos de Paulo, o chamado Pastor e o Apocalipse de Pedro, e além destes, a que se diz Carta de Barnabé e a obra chamada Ensinamento dos Apóstolos, e ainda, como já disse, talvez, o Apocalipse de João: alguns, como disse, rechaçam-no, enquanto outros o contam entre os livros admitidos.
5.Alguns ainda catalogam entre estes inclusive o Evangelho dos hebreus, no qual são muito contemplados os hebreus que aceitaram Cristo. Todos estes são livros discutidos.
6.Mas creio ser necessário que exista um catálogo destes também, distinguindo os escritos que, segundo a tradição da Igreja, são verdadeiros, genuínos e admitidos, daqueles que diferentes destes por não serem testamentários, mas discutidos, ainda assim são conhecidos pela grande maioria dos autores eclesiásticos, de modo que possamos conhecer estes livros e os que com o nome dos apóstolos foram divulgados pelos hereges, alegando que se tratem seja dos Evangelhos de Pedro, de Tomás, de Matias ou mesmo de algum outro, ou ainda dos Actos de André, de João e de outros apóstolos. Jamais um só dentre os escritores ortodoxos julgou digno mencionar estes livros em seus escritos.
7. Mas ocorre que a própria índole do fraseado difere enormemente do estilo dos apóstolos, o pensamento e a intenção do que neles está contido destoa ainda mais da verdadeira ortodoxia: claramente demonstram ser invenções de hereges. Por isso não devem ser incluídos nem mesmo entre os espúrios, mas devemos rechaçá-los como inteiramente absurdos e ímpios. Continuemos agora nosso relato.

sábado, 18 de setembro de 2010

Da ordem dos evangelhos

Boa Leitura!

1.Que este testemunho de Clemente sirva ao mesmo tempo de narrativa e de ensinamento para os que chegarem a lê-lo. Indiquemos porém os escritos incontroversos deste apóstolo (São João).
2.Em primeiro lugar fique reconhecido como autêntico seu Evangelho, que é lido por inteiro em todas as igrejas sob o céu. Ainda assim, o facto de os antigos terem-no catalogado com boas razões em quarto lugar, depois dos outros três, talvez possa ser explicado da seguinte maneira.
3.Aqueles homens inspirados e verdadeiramente dignos de Deus - os apóstolos de Cristo, digo -, tendo suas vidas purificadas até o cerne e suas almas adornadas com todas as virtudes, falavam, ainda assim, a língua dos simples. Ainda que o poder divino e operador de milagres dado pelo Salvador tornasse-os audazes, não sabiam nem tentavam sequer ser embaixadores da doutrina do Salvador com a persuasão e com a arte dos discursos, mas, usando apenas a demonstração do Espírito divino que trabalhava com eles e do poder de Cristo que se exercia através deles, anunciaram o conhecimento do reino dos céus por toda a terra habitada, sem preocupar-se muito em pô-los por escrito.
4.E operaram assim, como servidores de um ministério maior e que está acima do homem. E assim Paulo, o mais capaz de todos na preparação de discursos e o de mais vigoroso pensamento, não deixou mais do que suas curtíssimas cartas, e isso podendo dizer coisas infinitas e inefáveis por ter alcançado a contemplação até do terceiro céu, já que havia sido arrebatado até o próprio paraíso e fez-se digno de escutar as palavras inefáveis de lá220.
5.Tampouco faltava experiência destas coisas aos demais acompanhantes de nosso Salvador, os doze apóstolos por um lado e os setenta discípulos por outro, além de inúmeros outros além destes. E mesmo assim, de todos apenas Mateus e João deixaram-nos memórias das conversações do Senhor, e ainda é tradição que as escreveram forçados a isso.
6.Com efeito Mateus, que primeiramente tinha pregado aos hebreus, quando estava a ponto de ir para outros, entregou por escrito seu Evangelho, em sua língua materna, fornecendo assim por meio da escritura o que faltava de sua presença entre aqueles de quem se afastava.
7.Marcos e Lucas já tinham publicado seus respectivos evangelhos, enquanto de João se diz que em todo este tempo continuava usando a pregação não escrita, mas que por fim chegou também a escrever, pelo seguinte motivo. Os três evangelhos anteriormente escritos já haviam sido distribuídos para todos, inclusive para o próprio João, e diz-se que este os aceitou e deu testemunho de sua veracidade, mas também que lhes faltava unicamente a narrativa do que Cristo havia feito nos primeiros tempos e no começo de sua pregação.
8.A razão é verdadeira. É possível ver realmente que os três evangelistas puseram por escrito apenas os factos que se seguiram ao encarceramento de João Baptista, durante um ano apenas, e que eles mesmos alertam sobre isto no início dos relatos.
9.Por exemplo, depois do jejum de quarenta dias e da tentação que se seguiu, Mateus declara a data por suas próprias palavras quando diz: E ouvindo que João havia sido entregue, retirou-se da Judeia para a Galiléia221.
10.E o mesmo faz Marcos, que diz: Depois de João ser preso, Jesus foi para a Galiléia222. E Lucas, antes de dar início aos feitos de Jesus, faz semelhante observação, dizendo que Herodes juntou às maldades que havia cometido esta outra: lançou João ao cárcere223.
11.Em consequência diz-se que por isto decidiu-se o apóstolo João a transmitir em seu Evangelho o período silenciado pelos primeiros evangelistas e as obras realizadas neste tempo pelo Salvador, ou seja, as anteriores ao encarceramento do Baptista, e que isto se mostra quando diz: Assim principiaram os milagres de Jesus224, e também quando menciona o Baptista em meio aos actos de Jesus dizendo que ainda seguia batizando em Enom, perto de Salim. Expressa-o claramente ao dizer: Porque João ainda não havia sido encarcerado225.
12.João, portanto, transmite em seu Evangelho escrito o que Cristo fez antes de que o Batista fosse encarcerado, enquanto que os outros três relatam os feitos posteriores ao encarceramento do Batista.
13.Quem prestar atenção a tudo isto já não tem por que achar que os evangelhos diferem entre si, já que o de João contém as primeiras obras de Cristo, e os outros a história do final do período. E, consequentemente, também é provável que João passasse por alto a genealogia carnal de nosso Salvador porque Mateus e Lucas já a escreveram, e começasse falando de sua divindade, como se o Espírito divino o tivesse reservado a ele como o mais capaz.
14.Seja-nos suficiente, pois, o que dissemos sobre a composição do Evangelho de João. A causa de ter-se escrito o Evangelho de Marcos já foi explicado acima226.
15.No que se refere a Lucas, também ele, ao começar seu escrito227, expõe de antemão o motivo pelo qual o compôs. Como muitos outros já tinham se ocupado com demasiada precipitação a fazer uma narrativa dos factos de que ele mesmo estava bem informado, sentiu-se obrigado a afastar-nos das suposições duvidosas dos outros, e transmitiu-nos por meio de seu Evangelho o relato correcto de tudo aquilo cuja verdade ele conheceu bem aproveitando a convivência e o trato com Paulo, assim como a conversação com os demais apóstolos.
16.Isto é o que temos sobre este tema. Em momento apropriado trataremos de explicar, por meio de citações dos antigos, o que outros disseram sobre este assunto.
17.Dos escritos de João, além do Evangelho, também é admitida sem discussão, por modernos e por antigos, a primeira de suas cartas. As outras duas, por outro lado, são discutidas.
18.Quanto ao Apocalipse, ainda hoje a opinião de muitos divide-se em um ou outro sentido. Também ele receberá no devido tempo sua sanção, extraída do testemunho dos antigos.

220 2 Co 12:2-4.
221 Mt 4:12.
222 Mc 1:14.
223 Lc 3:19-20.
224 Jo 2:11.
225 Jo 3:23-24.
226 Vide II:XV.
227 Lc 1:1-4.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Relato sobre o apóstolo João

Boa Leitura!

1.Por este tempo vivia ainda na Ásia o mesmo a quem Jesus amou, o apóstolo e evangelista João, e ali continuava regendo as igrejas depois de regressar do desterro na ilha, depois da morte de Domiciano.
2.Que João permanecia em vida por este tempo é suficientemente confirmado por duas testemunhas. Estas, representantes da ortodoxia da Igreja, são bem dignas de fé, tratando-se de homens como Irineu e Clemente de Alexandria.
3.O primeiro deles, Irineu, escreve textualmente em alguma parte do livro II de sua obra Contra as heresias como segue: "E todos os presbíteros que na Ásia estão relacionados com João, o discípulo do Senhor, dão testemunho de que João o transmitiu, porque ainda viveu com eles até os tempos de Trajano."
4.E no livro III da mesma obra manifesta o mesmo com estas palavras: "Mas também a igreja de Éfeso, por ter sido fundada por Paulo e porque nela viveu João até os tempos de Trajano, é um testemunho veraz da tradição dos apóstolos."
5.Por sua parte, Clemente assinala o mesmo tempo, e em sua obra que intitulou Quem é o rico que se salvai Acrescenta uma narrativa valiosíssima para os que gostam de escutar coisas belas e proveitosas. Toma pois, e lê o que ali escreveu:
6. "Escuta uma historieta, que não é uma historieta, mas uma tradição existente sobre o apóstolo João, transmitida e guardada na memória. Efetivamente, depois que morreu o tirano, João mudou-se da ilha de Patmos a Éfeso. Daqui costumava partir, quando o chamavam, até as regiões pagãs vizinhas, com o fim de, em alguns lugares, estabelecer bispos; em outros, erguer igrejas inteiras, e em outros ainda, ordenar a algum dos que haviam sido designados pelo Espírito.
7.Veio pois a uma cidade não muito distante e cujo nome alguns inclusive mencionam. Depois de consolar os irmãos em tudo o mais, tendo visto um jovem de grande estatura, de aspecto elegante e de alma vivaz, fixou seu olhar no rosto do bispo instituído sobre a comunidade e disse: 'Eu te confio este com toda a atenção, na presença da igreja e com Cristo como testemunha.' O bispo aceitou o jovem, prometendo-lhe tudo, mas João insistia no mesmo e apelando para as mesmas testemunhas.
8.Logo regressou a Éfeso, e o presbítero219 levou para casa o jovem que lhe havia sido confiado e ali o manteve, rodeou-o de afeto e por fim batizou-o. Depois disto afrouxou um pouco sua grande solicitude e vigilância, pensando que havia imposto a salvaguarda perfeita: o selo do Senhor.
9.Mas certos rapazes de sua idade, malandros, dissolutos e tendentes ao mal, perverteram-no. Sua liberdade era prematura. Primeiramente atraíram-no por meio de suntuosos banquetes; depois levaram-no consigo, inclusive de noite, quando saíam para o roubo, e por fim exigiram-lhe participar com eles de maldades maiores.
10.O jovem foi se acostumando a isto sem perceber, e desviando-se do caminho reto, como cavalo de boca dura, brioso e que rejeita o freio, por seu vigor natural foi-se precipitando com mais força ao abismo.
11.Acabou perdendo a esperança na salvação divina. Desde então não planejava coisas pequenas, mas, tendo já cometido grandes crimes, já que estava perdido de uma vez por todas, considerava justo correr o mesmo risco dos demais. Assim foi que, juntando-se aos mesmos e formando um bando de salteadores, era ele seu líder resoluto, o mais violento, o mais homicida, o mais temível de todos.
12.Depois de algum tempo surgiu certa necessidade e voltaram a chamar João. Este, depois de ter resolvido os assuntos pelos quais tinha vindo, disse: 'Bem, bispo, devolve-me o depósito que eu e Cristo te confiamos na presença da igreja que presides e que é testemunha.'
13.O bispo a princípio ficou estupefato, acreditando ser vítima de calúnia sobre algum dinheiro que ele não havia recebido: não podia crer no que não tinha nem podia deixar de crer em João. Quando este lhe disse: 'O jovem é o que te peço, e a alma do irmão', o ancião prorrompeu em profundos soluços e, marejado de lágrimas, disse: 'este está morto'. Como? Morto de quê? 'Está morto para Deus - disse -, pois afastou-se transformado num perverso, um perdido, e para o cúmulo, um salteador, e agoraocupa o monte que está frente à igreja, com uma quadrilha de sua mesma índole.'
14.Rasgou o apóstolo sua roupa e, golpeando a cabeça, com grande lamento exclamou: 'Bom guardião deixei para a alma do irmão! Mas tragam já um cavalo e alguém que me guie no caminho.' E dali, tal como estava, saiu da igreja e foi-se.
15.Chegou ao lugar. Os sentinelas dos bandidos deitaram-lhe as mãos, mas ele não fugia nem suplicava, mas aos gritos dizia: 'Para isso vim, levem-me ao vosso chefe.'
16.Este, entretanto, aguardava armado como estava, mas ao reconhecer João naquele que se aproximava, fugiu cheio de vergonha. João o perseguia com todas suas forças, esquecido de sua idade e gritando:
17.'Por que foges de mim, filho, de mim, teu pai, desarmado e velho? Tem piedade de mim, filho, não tema. Ainda tens esperança de vida. Darei conta por ti a Cristo, e se for necessário, com gosto sofrerei por ti a morte, como o Senhor a sofreu por nós. Por tua vida eu darei em troca a minha própria. Pára! Tenha fé! Foi Cristo que me enviou!'"
18.O jovem, ao ouvi-lo, primeiramente deteve-se, com os olhos baixos; em seguida largou as armas, e tremendo, abraçou-se a ele. Seus lamentos eram já um discurso de defesa, e suas lágrimas serviamlhe de segundo batismo. Apenas ocultava a mão direita.
19.Mas João foi-lhe fiador, jurando que havia alcançado o perdão para ele por parte do Salvador, caiu de joelhos, suplicante, e beijou a mesma mão direita considerando-a já purificada pelo arrependimento. Reconduziu-o à igreja, orou com súplicas abundantes, acompanhou-o em sua luta com jejuns prolongados e foi cativando seu espírito com os variados atrativos de sua palavra, e segundo dizem, não saiu dali até tê-lo consolidado na igreja, depois de ter dado grande exemplo de verdadeiro arrependimento e grandes sinais de regeneração, como troféu de uma ressurreição visível.

219 O mesmo referido acima como bispo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

De como o terceiro a dirigir a Igreja de Alexandria é Cerdon

Boa Leitura!

1. Depois de Nerva imperar pouco mais de um ano, foi sucedido por Trajano. Corria o primeiro ano deste quando Cerdon sucedeu a Abílio, que havia regido a igreja de Alexandria durante treze anos. Cerdon era o terceiro dos que ali exerceram a presidência depois do primeiro, Aniano. Neste tempo os romanos eram ainda regidos por Clemente, que também ocupava o terceiro lugar dos que ali foram bispos depois de Paulo e Pedro. O primeiro foi Lino, e depois dele, Anacleto.

De como o segundo a dirigir a igreja de Antioquia é Inácio

1. Mas dos de Antioquia, depois de Evodio, primeiro que foi instituído, no tempo de que falamos era muito conhecido o segundo: Inácio. Igualmente nestes mesmos anos, o ministério da igreja de Jerusalém era exercido por Simeão, segundo depois do irmão de nosso Salvador.