sábado, 30 de maio de 2009

Duração do Ministério Público de Cristo IV

"O que o homem semear, isso também colherá" (Gl 6:7).

Se o ministério Público de Jesus, teve 1, 2 ou 3 anos, não diminuirá o furacão que Deus originou na história humana, para desgraça dos maus. Sem Dúvida Jesus tinha sido enviado pelo Pai.

Boa Leitura

Iniciou-se com o Baptismo por João e terminou com a Crucificação. Sobre este comprimento de intervalo de tempo, existem (para além do isolada e errónea visão de Ireneu de Lyon), três teorias, permitindo, respectivamente um, dois, ou três anos e alguns meses, e designadas como esquemas Bipascal, Tripascal, e Quadripascal de acordo com o número de Páscoas. Os Sinópticos mencionaram apenas a última Páscoa dos Judeus durante o ministério público de nosso Senhor, em que foi crucificado, mas declaram que Ele estava na Judeia mais que uma vez.143 João menciona certamente três Páscoas, dois dos quais (o primeiro e o último) Cristo comparece144 e talvez um quarto onde ele atende145.
(1) O esquema Bipascal limita o ministério público de Cristo para um ano e algumas semanas ou meses. Esta foi primeira defendida pela seita Gnóstica dos Valentinianos (que relacionaram com a sua fantasia acerca dos trinta), e por vários Patriarcas, Clemente de Alexandria, Tertuliano, e talvez por Orígenes e Agostinho (que manifestaram-se duvidosamente). O principal argumento dos Patriarcas e estudiosos que lhes seguem, é derivada da profecia de “aceitável o ano do Senhor”, conforme citado por Cristo,146 e do significado típico do Cordeiro Pascal que dever ter Um Ano e sem Mancha.147 Muito mais importante é o argumento moderno desenhado por alguns críticos a partir do silêncio dos Evangelhos Sinópticos sobre as outras Páscooas.148 Mas este silencio não é conclusivo em si mesmo, e deve ceder ao testemunho positivo de João, que não pode ser conformado com a visão do esquema Bipascal.149 Além disso, é simplesmente impossível ordenar os eventos da vida de Cristo, como a formação dos Doze, ou a crescente Hostilidade dos Sacerdotes Judeus, em um curto ano.
(2) A escolha recai, portanto, entre o esquema Tripascal e Quadripascal. A decisão depende principalmente da interpretação da sem nome “festa dos Judeus”, João 5:1, se era a Páscoa, ou uma outra festa, e isso depende muito de novo (embora não exclusivamente) sobre uma diferença de leitura (o banquete, ou uma festa). 150 A parábola da figueira estéril, o que representa o povo Judeu, tem sido utilizada como um argumento em favor dos três anos de Ministério: “Eis que nestes três anos venho procurar frutos nesta mesma figueira, e não encontrei nenhum.”151 Os três anos são certamente importantes, mas de acordo com os cálculos dos Judeus, dois anos e meio seriam chamados de três anos. Mais remota é a referência ao anúncio profético de Daniel 9:27 - “E Ele deve confirmar a aliança com muitos por uma semana, e no meio da semana ele deve fazer com que o sacrifício e a oblação cesse.” O esquema Tripascal é mais fácil com os Evangelhos Sinópticos, ao passo que a teoria Quadripascal deixa mais espaço para organizar os discursos e milagres de nosso Senhor, e foi aprovado pela maioria dos estudiosos.152
Mas mesmo se alargarmos o ministério público para três anos, apresenta-se um desproporção entre a duração e efeito sem paralelo na história e inexplicável em motivos puramentes naturais. Na língua de um historiador imparcial, “o simples registo de três curtos anos de vida activa tem feito mais para se regenerar e amaciar a humanidade do que todas os discursos dos filósofos e todas as exortações de moralistas. Este foi, efectivamente, a fonte primavaresca de tudo o que for melhor e Puro na Vida Cristã”.153

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A duração da Vida de Cristo III

"Os homens assemelham-se aos vinhos, a idade estraga os maus e melhora os bons." (Marie von Ebner-Eschenbach)

Boa Leitura!

Esta está agora confinada entre os Trinta e Dois ou Três anos. A diferença entre um ou dois anos surge a partir de pontos de vista diferentes sobre a duração do seu ministério público. Cristo morreu e ressuscitou em pleno vigor da idade e por isso continua a viver na memória da Igreja. O declínio e a debilidade da velhice não é coerente com a sua posição de renovador e salvador da humanidade.
Ireneu de Lyon, (como um discípulo de Polycarp, que era um discípulo de São João), uma das mais fiéis testemunhas da tradição apostólica entre os primeiros Cristãos, mantinha a insustentável opinião que Cristo atingiu a idade madura dos Quarenta ou Cinquenta anos, e ensinou ao longo de Dez anos (com início no ano trigésimo), e assim ele passou por todas as fases da vida humana, para salvar e santificar o “Homem Velho”, bem como “os bebés e as crianças e os meninos e Jovens.140” Ele apela para este ponto de vista para uma tradição que data de S. João141 e a apoia-a por uma injustificada inferência a partir de uma conjectura por parte dos Judeus, quando, surpreendidos com a alegação de Jesus ter existido antes de Abraão nascer, eles pediram-lhe “Tu ainda não tens Cinquenta anos, e viste Abraão?142” Uma semelhante inferência a partir de outra passagem, onde os Judeus falaram dos “Quarenta e Seis anos” desde o início da construção do Templo de Herodes, enquanto Cristo falou do Templo do seu Corpo (João 2:20), é, obviamente, ainda menos conclusiva.

sábado, 23 de maio de 2009

O dia da Natividade II

"Calculando-se a data do Natal conclui-se que não foram os cristãos que adotaram uma festa pagã, mas justamente o inverso..."

Sabemos que o Protestantismo , de entre muitas acusações que faz contra a Igreja, foi que a data do nascimento de Cristo, foi propositadamente colocada em cima da Festa Pagã do "Sol Invicto" ou "Sol da Justiça", como que a dizer implicatamente, que a Igreja paganizou-se, no entanto, como diz a frase em cima, foram os Romanos que adoptaram essa data, porque sabiam que os Cristãos a festejavam pelo nascimento do Salvador, então para combater o Cristianismo, decidiram na mesma data, festejar o nascimento do Sol...
Para mais esclarecimento http://www.veritatis.com.br/article/5677/a-data-do-natal

Boa Leitura!

A única indicação da estação do nascimento do nosso Salvador é o fato de que os Pastorinhos estavam assistindo os seus rebanhos no campo, nesse momento, Lucas 2:8. Tal facto aponta para qualquer época menos o Inverno, e não é, portanto, favorável à tradicional data, embora não conclusivas contra esta. O tempo de pastejo na Palestina (que tem, nas duas temporadas, a seca e a molhada, ou Verão e Inverno) começa, segundo o Talmude, em Março, e dura até Novembro, quando os rebanhos são trazidos dos campos, e mantidos sobre abrigo até ao final de Fevereiro. Mas isto se refere principalmente aos pastos no deserto, longe das cidades e aldeias,138 e admite frequentemente excepções nos bairros perto de cidades, de acordo com as características da estação. Uma sucessão de dias brilhantes em Dezembro e Janeiro é frequente no Oriente, como nos Países Ocidentais. Tobler, um experiente viajante na Terra Santa, diz que em Belém sobre o Natal é o tempo favorável para a alimentação dos rebanhos e, muitas vezes mais bonita. Por outro lado fortes e frios ventos prevalecem muitas vezes em Abril, no qual explica o fogo mencionado em João 18:18.
Nenhuma certa conclusão pode ser retirada a partir da viagem de José e Maria a Belém, e ao Egipto, nem a partir da viagem dos Reis Magos. Como regra em Fevereiro, é a melhor época para viajar para o Egipto, Março é melhor na península de Sinaitic, Abril e Maio e próximo do Outono, é melhor na Palestina, mas necessariamente não conhece regra.
A antiga tradição não está ciente aqui, pois oscilou antes do quarto século. Clemente de Alexandria relata que alguns consideravam o dia 25 Pachon, (20 de Maio). Outros os dias 24 ou 25 Pharmuthi (19 ou 20 de Abril), como o dia da Natividade.
(1) A tradicional data 25 de Dezembro é definida por Jerome, Crysostomo, Baronius, Lamy, Ussher, Petavius, Bengel (Ideler), Seyffarth e Jarvis. Não tem nenhuma autoridade Histórica além do quarto século, quando o festejo do Natal foi introduzido em Roma (Antes A. D. 360), com base em vários festivais Romanos (A Saturnalia, Sigillaria, Juvenalia, Brumalia, ou Dies natalis Invicti Soli), em comemoração dos áureos da época da liberdade e da igualdade, e em honra do Sol, que no solstício de Inverno é, no caso, nascido de novo e começa a sua conquista em Março. Este fenómeno da natureza era considerado como um símbolo adequado
do aparecimento do Sol da Justiça desfazendo a longa noite do pecado e do erro. Pela mesma razão o solstício do Verão (24 de Junho) foi seleccionado para o festival de João Baptista, como forte lembrança para a sua Auto-Humildade na qual ele deve diminuir enquanto Cristo deve crescer. (João 3:30). Assim sendo no dia 25 de Março foi escolhido para a comemoração da Anunciação da Virgem Maria, a 24 de Setembro o da concepção de Elisabel.139
(2) A 6 de Janeiro há uma tradição ainda mais antiga (de acordo com Epiphanius e Cassianus), e é sustentada por Eusébio. Foi celebrada no Oriente a partir do terceiro século como a festa da Epifania, em comemoração do nascimento de Cristo assim como o baptismo de Cristo, e depois também a sua manifestação aos Gentios (representados pelos Reis Magos).
(3) Outros escritores seleccionaram em Fevereiro um dia (Hug, Wieseler, Ellicott), e em Março (Paulus, Winer), em Abril (Greswell), Agosto (Lewin), ou em Setembro (Lightfoot, que assume, por motivos cronológicos, que Cristo nasceu na festa dos tabernáculos, como morreu na Páscoa e enviou o Espírito Santo no Pentecostes), e ainda Outubro (Newcome). Lardner coloca o nascimento entre meados de Agosto e meados de Novembro, Browne em 8 de Dezembro, Lichtenstein no Verão, Robinson deixá-la completamente incerta.

terça-feira, 19 de maio de 2009

A hora da Crucificação I

EU, Quando for Levantado da Terra, Todos atrairei a Mim...João 12:32

Boa Leitura!

(6) Cristo foi crucificado sob o consulado dos dois Geminus (i. e., C. Rubellius Geminus e C. Fufius Geminus), que foram os cônsules A. U. 782 a 783 (A. D. 28 a 29). Essa indicação é feita por Tertuliano, em conexão com um elaborado cálculo do tempo do nascimento de Cristo e a passagem das setenta semanas de Daniel.137 Ele pode possivelmente tê-la derivado de algum registo público em Roma. Ele errou em identificar o ano da crucificação de Cristo com o primeiro ano do seu ministério (o 15º ano de Tibério, Lucas 3:1). Permitindo, como é necessário, dois ou três anos para o seu ministério público, e trinta e três anos para a sua vida, chegaremos ao ano A. U. 750 ou 749 com o ano do nascimento de Cristo.
Assim chegámos a partir de vários pontos e observações incidentais dos três Evangelistas, e da afirmação de Tertuliano, essencialmente à mesma conclusão, que contribui com a sua parte no sentido de estabelecer a credibilidade da história do Evangelho contra a teoria mítica. Contudo, na ausência de uma data precisa, e tendo em conta as incertezas no cálculo, ainda há espaços para divergências de opinião entre os A. U. 747 (B. C. 7) como o mais afastado, sendo o mais próximo A. U. 750 (B. C. 4), sendo as datas possíveis do nascimento de Cristo. Os Benedictus Franceses, Sanclemente, Munter, Wurm, Ebrard, Jarvis, Alford, Jos. A. Alexander, Zumpt, Keim, decidiram-se pelo A. U. 747; Kepler (reconheceu a conjunção de Júpiter, Saturno e Marte naquele ano), Lardner, Ideler, Ewald, pelo A. U. 748; Petavius, Ussher, Tillemont, Browne, Angus, Robinson, Andrews, McClellan, pelo A. U. 749; Bengel, Wieseler, Lange, Lichetenstein, Anger, Greswell, Ellicott, Plumptre, Merivale, pelo A. U. 750.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Os Quarenta e Seis Anos da Construção do Templo de Herodes.

"Não sabeis que vós sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo." (I Cor. 3:16­17)

Mais um dado, que ajuda a datar o tempo de Cristo!

Boa Leitura!

(5) São João, 2:20, fornece-nos uma data, aquando a observação dos Judeus, no primeiro ano do Ministério de Cristo: “ Quarenta e Seis anos foi o templo da construção, e tu erguê-lo-ias em três dias?”
Nós aprendemos com Josefo que Herodes começou a reconstrução do Templo em Jerusalém, no Décimo Oitavo Ano do seu reinado, isto é, A. U. 732, se contar a partir da sua nomeação por parte dos Romanos (A. U. 714), ou A. U. 735, se nós contarmos a partir da morte de Antígono e da conquista de Jerusalém (A. U. 717) 135. Esta última é a visão correcta, caso contrário Josefo iria contradizer-se, pois, em outra passagem, ele data o edifício a partir do Décimo Quinto Ano, do reinado de Herodes136. Adicionando quarenta e seis anos, para A. U. 735 temos o A. U. 781 (A. D. 27) primeiro ano do ministério de Cristo, e deduzindo trinta e meio ou trinta e um anos do A. U. 781, voltámos ao A. U. 750 (A. C. 4) ano do nascimento de Cristo.

sábado, 9 de maio de 2009

O Censo de Quirino II

"Se os homens não tivessem alguma cousa de loucos seriam incapazes de heroísmo." (Marquês de Maricá)

Boa Leitura!

(b)Augusto ordenou vários censos populacionais entre o A. U. 726 a 767, em parte devido à tributação mas também para fins militares e estatísticos,128 e, como um bom estadista e financiador, ele próprio preparou um rationarium or breviarium totius imperii, isto é, uma lista de todos os recursos do império, que foi lida, após a sua morte no Senado.129 (c) Herodes era apenas um rei tributário ao império (rex sosius), que não poderia exercer nenhum acto de soberania sem a autorização do imperador. A Judeia estava sujeita a tributação a partir do tempo de Pompey, e parece não ter cessado com a adesão de Herodes. Além disso, no final da sua vida ele perdeu o favor de Augusto, que lhe escreveu com raiva que “ considerando que em velho o tinha usado como seu amigo, usá-lo-ia agora como súbdito130”.
Não podemos, na verdade, comprovar por testemunho directo de Josefo ou dos historiadores Romanos, que Augusto emitiu um decreto para um recenseamento universal, abrangendo todas as Províncias (“todo o mundo” i. e., o mundo Romano, “deve ser tributado,” Lucas 2:1), mas é em si, de maneira nenhuma improvável, e ainda necessário para permiti-lo preparar o seu breviarium totius imperii.131 Pela natureza do caso, seriam necessários vários anos para levar a cabo um tal decreto, e sua execução nas províncias seriam modificadas de acordo com as alfândegas nacionais. Zumpt assume que Sentius Saturninus, 132 que foi enviado como governador para a Síria A. U. 746 (A. C. 9), e ali permaneceu até A. U. 749 (A. C. 6), tinha iniciado um censos para substituir um imposto por cabeça em dinheiro, para o anterior tributo em produtos e bens, que o seu sucessor, Quintilius Varus (A. C. 6-4), continuou, e que Quirino (A. C. 4) completou o censo. Isto explicaria a confiante afirmação de Tertuliano, que deve ter sido derivada de boas fontes, que as inscrições permaneceram sob Augusto por Sentius Saturninus na Judeia.133 Outra, mas menos provável, é que Quirino foi enviado para o Oriente como delegado especial para o recenseamento durante o governo do seu antecessor. Em ambos os casos Lucas poderia chamar o censos “o primeiro” sob Quirino, considerando que ele terminou o censos do imposto por pessoa ou registo, de acordo com o costume Judaico do registo de famílias, e que mais tarde sozinho executou o segundo recenseamento através da tributação dos bens ou propriedade de acordo com a forma Romana.
O problema não é resolvido completamente, mas o facto de Quirino estava proeminente conectado com o Império Romano no Oriente no tempo da Natividade, é um grande passo para a solução, e incentiva a esperança de uma solução ainda melhor no futuro.134

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Censo de Quirino.

"O belo é o esplendor da ordem." Aristóteles

Mais um facto dito no Evangelho de Lucas, que ajuda a situar Cristo na história. Terá duas postagens..

Boa Leitura!

(4) O recenseamento de Quirino Lucas 2:2.120, Lucas dá-nos uma outra data cronológica, pois observou que o nascimento de Cristo coincidiu com o recenseamento, que foi ordenado por César Augusto, e que foi “a primeira feita quando Quirino (Cyrenius) era governador da Síria”. 121 Ele menciona este facto como a razão para a viagem de José e Maria a Belém. A ida Maria é pois necessária pois (para a sua protecção, necessitava de acompanhar José), todas as Mulheres acima dos doze anos de idade (escravos também) estavam sujeitos no Império Romano a um imposto por cabeça, como os Homens a partir do quatorze anos até à idade dos sessenta e cinco.122 Existe algum significado para a coincidência do nascimento do Rei de Israel com a mais profunda humilhação de Israel, e com a sua incorporação no histórico grande Império Romano.
Mas a declaração de Lucas parece estar em conflito directo com o facto do recenseamento do governo de Quirino ter começado no A. D. 6, i. e., dez anos depois do nascimento de Cristo.123 Daí surgem muitas interpretações artifiçiais.124 Mas esta dificuldade é agora, se não for totalmente removida, pelo menos será grandemente prejudicada pela a investigação arqueológica e filológica independente da teologia. Ficou quase provado por uma demonstração de Bergmann, Mommsen, e especialmente por Zumpt, que Quirino foi duas vezes governador da Síria, em primeiro lugar no A. U. 750 a 753, A. C. 4 a 1 (onde aparece haver um vazio na nossa lista de governadores da Síria), e a segunda no A. U. 760-765 (A. D. 6-11). Este dois governos presididos por Quirino são baseados numa passagem de Tácitus, 125 e confirmada por um velho manuscrito descoberto entre a Villa Hadriani e a Via Tiburtina.126 Daí Lucas poderia muito apropriadamente chamado o recenseamento durante o nascimento de Cristo “o primeiro” (prwvth) sob Quirino, distingui-lo do segundo e bem mais conhecido, onde ele próprio afirma no seu segundo tratado sobre a história da origem do Cristianismo (Actos 5:37). Talvez a experiência de Quirino como executor do primeiro recenseamento foi o motivo pelo qual ele foi enviado para a Síria uma segunda vez para o mesmo fim.
Ainda permanecem, no entanto, três dificuldades nada fáceis de resolver: (a) Quirino não pode ter sido governador da Síria antes do Outono do A. U. 750 (A. C. 4), vários meses após a morte de Herodes (que aconteceu em Março de A. U. 750), e, consequentemente depois do nascimento de Cristo, sabemos a partir das moedas cunhadas que Quintiluis Varus foi governador do A. U. 748 a 750 (A. C. 6-4), e deixou o seu cargo após a morte de Herodes127. (b) Um censo durante o primeiro governo de Quirino, não é mencionado em mais nenhuma parte, somente em Lucas. (c) O governador da Síria não conseguiria realizar um censo na Judeia durante o governo de Herodes, antes desta se tornar uma província Romana.
Em resposta a estas objecções podemos afirmar: (a) Lucas não teria a intenção de dar uma exacta, mas apenas uma aproximação cronológica dos eventos, e poderia ter ligado o censo com o conhecido nome de Quirino porque este o acabou, apesar de este ter sido iniciado com a administração anterior. (continua)..